Raphael Raposo/UOL Esporte

Copa do Mundo para a torcida do Bonsucesso é a segunda divisão do Rio de Janeiro

17/06/2010 - 07h01

Briga da segunda divisão faz torcedor do Bonsucesso esquecer a Copa

Raphael Raposo
No Rio de Janeiro

No trajeto até o Estádio Leônidas da Silva, todos os televisores estavam sintonizados na partida entre África do Sul e Uruguai, pela segunda rodada da primeira fase da Copa do Mundo. Contudo, enquanto as seleções lutam pela hegemonia do futebol mundial pelos próximos quatro anos, o Bonsucesso dribla as dificuldades para voltar a figurar entre os maiores do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro em 2011.

BRIGA PELA SEGUNDONA NO RIO

O barulho das vuvuzelas, que marca presença também no Brasil em jogos da seleção foi substituído pelo batuque da torcida organizada do Rubro-Anil, que derrotou o CFZ por 3 a 1, em jogo válido pela oitava rodada da divisão de acesso da competição estadual.

Fernando Meireles, 62 anos, não se seduz nem por jogos da seleção brasileira quando o Bonsucesso está em campo. Para o advogado, a verdadeira Copa do Mundo é a disputa da segunda divisão do Campeonato Estadual, onde o glamour é escasso e o ponto alto é encontrado na paixão pelo clube em que se torce.

“Bonsucesso jogando não interessa que tem jogo da Copa do Mundo. Se tivesse jogo do Brasil na mesma data, não pensaria duas vezes. É Bonsucesso. Prefiro ver o meu time voltar para a primeira divisão do que o Brasil ser mais uma vez campeão. Torço para esse time desde pequeno e não tenho outro”, disse.

O discurso de Meireles ganha força nas palavras de André Veras. Enquanto torcedores ostentam com orgulho camisas de clubes mais dotados do Rio de Janeiro, o torcedor mostra com orgulho o escudo do Bonsucesso em seu telefone celular.

“Podia estar vendo o jogo da África do Sul, mas a nossa Copa do Mundo começou em fevereiro, quando tem início esta competição estadual. Os fanáticos mesmo somos nós. Torcer para time grande é fácil, pois vencem todo ano. Ir ao jogo do Bonsucesso é a nossa terapia, o nosso vício”, encerrou.

Enquanto Vera deixava estampado o seu amor pelo clube e o ‘desdém’ pela Copa do Mundo, ‘meia dúzia’ de pessoas acompanham nos arredores do clube a partida entre África do Sul e Uruguai.

“Só dei uma passada em frente ao televisor para dar uma moral ao Parreira (técnico brasileiro da seleção africana), mas tenho de me apressar, pois o segundo tempo do jogo do Bonsucesso está para começar”, afirmou Clóvis Matarazzo, de 88 anos, e torcedor do Rubro-anil há 79.

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