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Fidel Castro dá sua boina a Maradona durante visita do argentino a Cuba em 1987

17/06/2010 - 16h26

Fidel Castro fala seus favoritos à Copa, admite ignorância futebolística e exalta Jabulani

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Em sua coluna no jornal oficial do Partido Comunista Cubano, o Granma, publicada nesta quinta-feira, Fidel Castro saiu um pouco de sua habitual análise sobre o contexto global de todas as coisas e a dominação capitalista dos Estados Unidos, e resolveu falar sobre a Copa do Mundo da África do Sul.

Na coluna, declarou seus favoritos ao título, diz que aprendeu futebol ao ver Maradona e Messi e opinou até mesmo sobre a polêmica com a bola Jabulani. Fidel até que se mostrou antenado, ainda que tenha admitido que só agora começa a compreender melhor o que acontece em campo, após anos só vendo “pessoas correndo de um lado ao outro do campo”.

O ex-líder do governo socialista, que deixou o poder nas mãos de seu irmão Raúl em 2008, disse ter acompanhado a partida das grandes seleções e arriscou quem serão os candidatos à taça.

“Aplicando meus pontos de vista pouco confiáveis, me atrevo a considerar que o campeão estará entre Argentina, Brasil, Alemanha, Inglaterra e Espanha”, escreveu Fidel, mesmo depois da derrota dos espanhois para a Suíça na estreia.

Para dar os palpites, ele conta que só agora começou a compreender melhor o futebol, principalmente com a contribuição dos argentinos. “Graças a nomes famosos como Maradona e Messi, hoje já posso distinguir o papel de cada um dos 11 jogadores. Antes não via nada além de pessoas correndo pelo campo de um gol ao outro”.

MARADONA E FIDEL, AMIGOS HÁ ANOS

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    Vale lembrar que Maradona e Fidel Castro são amigos pessoais. No ano 2000, o atual técnico da Argentina foi à Cuba se tratar da dependência de drogas e realizou várias idas e voltas ao país. Anos mais tarde, Maradona convidou Fidel para seu programa de TV na Argentina. Se não bastasse, “El Diez” tem um retrato do líder cubano eternizado em tatuagem em sua sagrada perna esquerda.

Foi inclusive citando Maradona – a quem considera o melhor de todos os tempos – que Fidel introduziu o povo cubano à polêmica Jabulani. Aparentemente, aprovou a bola.

“Fiquei sabendo que a nova bola de futebol é de uma geometria que a faz mudar de direção no ar, é mais veloz e dá muito mais rebotes. (...) Os torcedores gozam da beleza e aceitarão as mudanças na bola em nome do mágico e glorioso futebol.”

Ele completa: “Até Maradona, que foi o melhor jogador da história do futebol, se resignará ao fato de que outros atletas marquem mais gols, de mais longe, mais espetaculares e com mais pontaria que ele próprio, que chutou no mesmo gol, com uma bola do mesmo tamanho”.

Porém, como não poderia deixar de ser, Fidel citou em seu artigo algumas crises na política internacional, como o afundamento do navio sul-coreano (que para ele, foi forjado) que reiniciou a crise entre as duas Coréias, a crescente tensão entre Irã e Israel e a ingerência dos Estados Unidos no restante do mundo.

Fidel reconhece a beleza do futebol e o deslumbramento que o mundo inteiro se vê tomado, algo a que o líder da Revolução Cubana critica. “Entre um jogo e outro da Copa do Mundo, as notícias diabólicas vão se deslizando pouco a pouco, de modo que ninguém se ocupe delas”.

 

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