16/06/2010 - 13h35

Feriado e otimismo empolgam sul-africanos para 'decisão' contra o Uruguai

Alexandre Sinato e Mauricio Stycer
Em Pretória (África do Sul)
  • Cheios de otimismo, torcedores tocam vuvuzela antes do confronto entre África do Sul e Uruguai

    Cheios de otimismo, torcedores tocam vuvuzela antes do confronto entre África do Sul e Uruguai

Pretória virou a capital do futebol sul-africano nesta quarta-feira. E dois fatos levaram a isso: o jogo dos Bafana Bafana contra o Uruguai, pela segunda rodada da Copa do Mundo, e o Dia da Juventude. Foi no dia 16 de junho de 1976 que estudantes do Soweto promoveram uma série de protestos contra a educação durante o apartheid (regime de segregação racial). Revoltaram-se contra a obrigação de aprender o africâner, idioma predominante da minoria branca. O dia ficou marcado pela morte do estudante Hector Pieterson, então com 12 anos, e virou um símbolo da luta contra o racismo.

Embalados por esse espírito, os sul-africanos aproveitaram a quarta-feira para destinar dedicação total ao jogo da África do Sul, pela segunda rodada do grupo A. Às 14h30 do horário local (9h30 de Brasília), a seis horas do início da partida contra os uruguaios, torcedores começaram a chegar ao estádio Loftus Versfeld.

O otimismo dos torcedores é gigantesco para o duelo decisivo. Todos os times do grupo estão com um ponto. Uma vitória da África do Sul é fundamental nesta quarta, já que o terceiro e último jogo da primeira fase é contra a temida França.

“Vai ser 3 a 0 para os Bafana Bafana. Ganharemos com certeza. Serão dois gols do Pienaar e um do Tshabalala”, apostou o empresário Meshack Sepuru, fantasiado com as cores da África do Sul e com dois copos de cerveja nas mãos.

A opinião de Sepuru foi compartilhada pela maioria dos torcedores. Envolvidos pelo clima da Copa do Mundo, o maior evento esportivo já realizado no país, os sul-africanos não cogitam ver a África do Sul fora das oitavas de final. Na verdade, o otimismo leva boa parte da população a aspirar feitos maiores.

Nem mesmo o empate por 1 a 1 com o México na estreia assustou. “A França também empatou. E nós podemos vencer tanto Uruguai como França. Esse é o ano da África do Sul”, resumiu Jabu Mava, taxista de Johanesburgo que foi para Pretória apoiar a seleção nacional. “Até seria bom trabalhar hoje porque o movimento é grande, mas aproveitei o feriado para apoiar a África do Sul.”

O tema do feriado é lembrado com emoção pelos sul-africanos. “Aquele dia ficou marcado na memória dos sul-africanos. Sofremos muito durante aqueles tempos, mas agora estamos vivendo um momento especial da nossa história e temos que celebrar”, disse a garçonete Asanda Betswe.
 

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