Grupo E renega "futebol-arte" e garante triunfos com burocracia e gol contra

Desde o sorteio da chave de grupos da Copa do Mundo, o grupo E despertou grande expectativa pelo futebol envolvente da Laranja Mecânica ou pela velocidade marcante de Camarões. Mas a primeira rodada da chave contrariou as previsões e o público assistiu a partidas decididas em falhas individuais e até mesmo na base da sorte.

As grandes estrelas não assumiram o protagonismo em suas seleções, casos dos companheiros de Inter de Milão e vencedores da Liga dos Campeões Wesley Sneijder e Samuel Eto’o. Van Persie e Van der Vaart, pela Holanda, e Bendtner, principal jogador da Dinamarca, seguiram o mesmo caminho.

Apontada como forte candidata para finalmente se livrar do rótulo de inofensiva no mata-mata pelo seu futebol vistoso e agressivo, a Holanda conseguiu cumprir seu primeiro compromisso diante da Dinamarca, mas não convenceu em uma partida sem criatividade, marcada pelo excesso de faltas e por falhas até bizarras.

Os cabeças-de-chave só chegaram ao gol porque a defesa adversária se encarregou de f'azer todo o serviço' quando Van Persie cruzou e o dinamarquês Simon Poulsen cabeceou nas costas do companheiro Agger antes de a bola entrar. O segundo tento, já no fim do jogo, aconteceu graças a uma boa jogada do reserva Elia que acertou a trave e facilitou o trabalho de Kuyt.

A seleção de Camarões, conhecida pelo seu futebol alegre e ofensivo, também criou expectativa, principalmente pela presença de Samuel Eto’o. Vencedor da última edição da Liga dos Campeões com a Inter de Milão, o atacante construiu um currículo invejável nos últimos anos conquistando todos os títulos que disputou com os italianos e o Barcelona.

Mas no primeiro jogo do Mundial foi ofuscado pelo futebol rápido mas burocrático dos japoneses, que não têm um craque sequer e vinham sob pressão após cinco resultados negativos (quatro derrotas e um empate).

Anulado, Eto'o pouco produziu na partida: passou em branco, deu apenas um chute a gol e, apesar do bom aproveitamento nos passes (72,73%), acertou apenas um em sete tentativas de longa distância.

O técnico Paul Le Guen admitiu a decepção. "Não estávamos jogando no nosso melhor nível e não fomos capazes de mostrar nosso potencial. Isso é realmente decepcionante. Estávamos muito nervosos. Perdemos muitas e muitas bolas por causa disso", disse.

A próxima rodada do grupo E acontece na sexta-feira. A cabeça-de-chave Holanda enfrenta o Japão em Durban, às 8h30 (horário de Brasília), enquanto Camarões e Dinamarca medem forças em Pretória, às 15h30. Os dois jogos têm acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.

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