Kim Kyung-Hoon/Reuters

Seguranças fazem protesto e ameaçam não trabalhar no jogo entre Brasil e Coreia

15/06/2010 - 12h00

Estreia do Brasil na Copa tem protesto de 500 seguranças e ameaça de greve

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)*

Enquanto a torcida do Brasil começa a colorir de verde e amarelo os arredores do estádio Ellis Park, centenas de trabalhadores sul-africanos não têm o que festejar. Funcionários de uma empresa terceirizada de segurança fazem um protesto na entrada do palco de Brasil x Coreia do Norte e cobram os salários combinados anteriormente. Eles ameaçam não trabalhar na partida marcada para as 15h30 (de Brasília) desta terça-feira, pelo grupo G. Mais tarde, a polícia anunciou que assumiu sozinha a segurança do jogo.

“Eles prometeram pagar 500 rands [cerca de R$ 125] por dia, mas só querem pagar 190 rands [cerca de R$ 50]. Se não aceitarem nossas condições, não trabalharemos hoje”, ameaçou um funcionário.

Cerca de 500 manifestantes estão em um dos acessos do Ellis Park. Eles cantam músicas, encaram a polícia e fazem barulho para chamar a atenção da imprensa internacional que foi acompanhar a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo.

Policiais fortemente armados tentam controlar a situação. Quando a reportagem do UOL Esporte foi ao local e conversou com os trabalhadores, o cenário era de tensão.

A empresa terceirizada é responsável pela segurança dos dois estádios de Johanesburgo usados na Copa: o Ellis Park e o Soccer City.

“Trabalhamos dois dias aqui e dois dias no Soccer City. São pelo menos 16 horas por dia. Ficamos no frio, congelando”, reclamou outro trabalhador que preferiu não se identificar.

Um movimento grevista similar ocorreu na última segunda-feira na Cidade do Cabo e em Durban, outras sedes da Copa. A partida entre Itália e Paraguai, afetada pela greve dos seguranças, começou no horário, mas muitos torcedores ficaram fora do estádio por uma hora antes que a polícia assumisse o controle da segurança.

A empresa responsável por contratar os seguranças considerou inaceitáveis os termos da proposta dos funcionários e as negociações chegaram a um impasse. A polícia da Cidade do Cabo, então, assumiu a segurança do estádio e enviou para o local 1.500 trainees para substituir os cerca de 500 seguranças em greve.

Enquanto os grevistas em Johanesburgo promoveram sua manifestação fora do Ellis Park, a discussão na Cidade do Cabo, entre a empresa de segurança e seus contratados, ocorreu dentro do estádio. Mas depois da intervenção da polícia, os seguranças deixaram o local pacificamente.

*Atualizada às 13h50

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