Jogadores da seleção se reúnem no gramado: será que dá tempo de melhorar? |
A estreia da seleção brasileira mostrou que o Brasil da Copa do Mundo da África do Sul vai tirar o sono de muita gente. Venceu, é verdade. Mas mostrou um futebol burocrático, apresentou inúmeros problemas e tomou até gol da Coreia do Norte, um time quase amador.
Vitor Birner A seleção não joga bonito. Privilegia a marcação. E usa bem mais o lado direito para tentar o gol. Jogar mal com a bola estava no pacote da estréia. Tomar gol, não. | |
Juca Kfouri Kaká, por incrível que pareça o pior brasileiro em campo, atrapalhando mais que ajudando. Sem que a Coreia do Norte desse o contra-ataque, a Seleção não conseguia entrar na defesa. | |
Luís Carlos Quartarollo Muito pouco para uma das Seleções favoritas na Copa. Se é isso que Dunga estava escondendo nos treinamentos, não vai muito longe. Teve sérias dificuldades contra um time quase amador. | |
Antônio Maria Terminado o jogo, confesso minha apreensão. Kaká, muito contido, não mostrou seu futebol. Luís Fabiano, também não. Fica até difícil apontar um grande jogador nesta partida de estréia. | |
Fernando Sampaio O time estava muito nervoso. No final, relaxou, deu bobeira e conseguiu tomar gol da Coreia do Norte. A estreia passou. Agora, vamos ver se o time melhora. |
A preocupação começa justamente no setor que deveria ser o pilar de sustentação do time de Dunga: a defesa. O poder ofensivo dos norte-coreanos é quase inexistente. Levou pouco perigo ao gol do Brasil, mas quando o fez, conseguiu estufar as redes de Julio Cesar.
A seleção se orgulha de ter na defesa sua grande força, mas a falta de atenção do capitão Lúcio deixou todos em alerta para os próximos jogos, quando o time enfrentará nomes como Cristiano Ronaldo e Didier Drogba.
Com os craques da seleção, o problema é parecido. Kaká é o principal meia da seleção, mas ainda sofre com a falta de ritmo e vê o reflexo disso na fraca atuação técnica. Se depender apenas do camisa 10, a seleção pode ter grandes dificuldades contra times mais fortes que a Coreia.
A expectativa é que ele evolua durante a Copa. Na estreia, porém, acumulou erros nos passes, não deu continuidade a algumas jogadas de velocidade e não levou perigo nos contra-ataques, uma de suas principais virtudes. “Por incrível que pareça, Kaká foi o pior brasileiro em campo, atrapalhando o time muito mais que ajudando”, escreveu Juca Kfouri em sua análise da partida.
E, sem o jogador do Real Madrid em bom momento, o meio-campo da seleção sofreu. Dunga já sabia que a transição entre a defesa e o ataque era um problema, mas as atuações de Felipe Melo com a camisa amarela atenuavam esse problema. Mas o volante da Juventus jogou justamente como costuma atuar no time italiano. E não funcionou como um distribuidor eficiente.
“A história é velha e real. O meio-campo da seleção não tem grande repertório. O mau momento de Kaká agrava o problema, tal qual aconteceu contra os norte-coreanos”, analisou, por sua vez, Vitor Birner.
Nem Kaká nem Lúcio, muito menos Luís Fabiano. Em apresentação burocrática do Brasil, Maicon e Robinho destoaram no triunfo por 2 a 1 na estreia
Depois da vitória apertada, meia Kaká amenizou as dificuldades encontradas diante dos asiáticos: "somos líderes, não importa o saldo de gols"
O técnico Dunga não viu maiores limitações ou problemas da seleção na vitória apertada. “O Brasil fez uma boa partida, sobretudo no 2º tempo”.
E esse problema no meio foi destacado, justamente, por outra dificuldade antiga da seleção: furar as retrancas. A seleção deixou a partida diante da Coreia do Norte alegando que sofreu tanto para vencer por culpa da postura extremamente defensiva dos asiáticos.
A questão é que Dunga já esperava isso há tempos. Pelo que se viu na estreia, o Brasil ainda não tem alternativas suficientes para superar times defensivos ao extremo. ““Sem que a Coreia do Norte desse o contra-ataque, a Seleção não conseguia entrar na defesa, insistindo demais pelo meio”, comentou Kfouri. E quem viu o jogo da Costa do Marfim nesta terça-feira, por exemplo, sabe que é exatamente isso que o sueco Sven Goran Eriksson deve armar para o duelo contra os brasileiros.
Pontos positivos, para ajudar em tantas dificuldades, porém, existem. Robinho chamou a responsabilidade do jogo. Recuou para fazer o que Kaká não conseguiu: armar a seleção. Foi dele a assistência para o gol de Elano, além de outras jogadas de perigo. Coadjuvante em 2006, o atacante mostrou que partirá em busca do protagonismo que não teve na Alemanha.
Robinho ainda é o artilheiro da era Dunga, com os mesmos 19 gols de Luís Fabiano. E até esse faro de gol será importantíssimo. O atacante do Sevilla luta para recuperar sua forma física ideal, em caso muito parecido com o de Kaká. Contra a Coreia do Norte, finalizou apenas uma vez. E para fora.
Para piorar, o camisa 9 convive com seu maior jejum de gols com a camisa da seleção brasileira: já são seis partidas sem estufar as redes, sua maior seca nos 39 jogos já disputados com a camisa verde e amarela. “Luís Fabiano ficou isolado. E quando a bola chegou nele, falhou. A atuação também foi ruim, cheia de erros técnicos simples”, escreveu Birner.
Outra alternativa para as dificuldades são os laterais. Não foram brilhantes, mas mostraram que podem ser úteis caso a armação da equipe continue abaixo do esperado. Maicon chega com força no ataque e finalizou três vezes, fazendo o gol que abriu o placar. Michel Bastos ainda não foi exigido atrás, mas sua boa capacidade de conclusão das jogadas pode ser decisiva.
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