Drogba, pelo Olympique: estourou tarde, quando já tinha escolhido ser marfinense |
O atacante tem 68 jogos pela seleção francesa e marcou 14 gols com a camisa azul. Na Copa da África do Sul, na estreia ele decepcionou. Recebeu 22 bolas, perdeu dez delas, tentou 18 passes e acertou 12, mas, na hora de concluir a gol, foi ineficiente: tentou apenas três conclusões, duas delas erradas.
Na primeira partida da França na Copa do Mundo da África do Sul, o ataque do time não existiu. O culpado? Nicolas Anelka. Ele esteve por boa parte do tempo em campo, mas só deu três chutes a gol, dois deles errados - e perdeu dez bolas. O cenário é triste para os franceses, que poderiam ter uma situação muito melhor em sua linha de frente.
Quer uma prova? É só olhar para dois jogadores que estão na Copa do Mundo e optaram por não defender a França. O argentino Gonzalo Higuain é o mais discutido da escalação de Diego Maradona, mas o motivo é simples: no banco de reservas está Diego Milito, herói dos títulos da Inter de Milão na Liga dos Campeões e no Campeonato Italiano. Apesar de não ter feito uma boa partida, Higuain perdeu uma série de chances na cara do goleiro. Anelka, nem isso conseguiu.
O desgosto maior, porém, fica por conta de outro atacante: Didier Drogba. Após ter crescido na Europa, o marfinense chegou a ser cogitado nos Bleus no início de sua carreira profissional, mas acabou optando por defender o país da África. Se a escolha tivesse sido outra, as dores de cabeça de Raymond Domenech para montar o seu ataque certamente não seria tão grande.
“Não tenho qualquer arrependimento. Mas tenho certeza de que se naquela época fosse convocado, optaria pela nacionalidade francesa. Não havia motivos para jogar pela Costa do Marfim. O país estava numa grande confusão”, contou Drogba ao tablóide inglês “News Of The World” recentemente.
Aquela época a que o jogador se refere é uma das mais conturbadas da história marfinense. Em 2000, o país vivia clima pré-guerra civil, já com conflitos devastadores. O terror alcançava até mesmo o futebol: um dos generais no poder à época, Robert Guei, chegou a aprisionar jogadores marfinenses após a má campanha na Copa Africana de Nações de 2000.
Antes mesmo do conflito, Drogba já tinha deixado o país. Quando tinha cinco anos de idade, seus pais o mandaram à França para viver com um tio, jogador de futebol. Drogba cresceu em território francês e, já em 2000, atleta profissional do Le Mans, foi cortejado pelo então técnico da seleção da França, Jacques Santini.
A convocação francesa, porém, nunca veio. Em 2002, a Costa do Marfimaproveitou a oportunidade e o convocou pela primeira vez. Preterido na Europa, Drogba aceitou o convite e virou um dos maiores nomes do continente. Sua popularidade é tão grande na terra natal que até a guerra civil ele já parou. “Fiquei mais perto das minhas origens, das minhas raízes e do meu povo. Aceitar a convocação para o meu país me fez descobrir quem eu realmente era”.
Em 2005, Domenech já lamentava a decisão. “Foi questão de seis meses. Ele tinha a possibilidade de escolher a nacionalidade francesa. Mas quando a Costa do Marfim fez o convite, havia muita concorrência na seleção principal da França e mesmo na sub-21”, contou Domenech.
Naquela época, a situação francesa era realmente privilegiada. O time venceu a Copa do Mundo de 1998 e a Eurocopa de 2000. E ninguém questionava a qualidade de Henry, Cissé, Trezeguet ou Wiltord. Hoje, Domenech tem de se virar com um ataque veterano: Anelka, Henry e Govou já passaram dos 30. Cissé esta perto. O único jovem é o pouco usado Valbuena.
Com Higuain, a história foi diferente. Ele nasceu no mesmo lugar onde Drogba cresceu, na cidade de Brest. A França, após o vacilo com Drogba, resolveu se mexer: Higuain chegou a ser convocado para a seleção da França, mas sempre recusou: preferiu tentar a sorte na Argentina, nação de seus pais. Deu certo.
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