Você prefere entrevista coletiva ou zona mista? Pergunta feita a Josué | |
Tem que estar preparado | |
O meu pensamento sobre aquilo que penso Thiago Silva, ao falar que Juan e Lúcio formam a melhor dupla de zaga do mundo |
Um corredor com pouco mais de 100 metros, formado por divisórias de madeira, que começa no vestiário e termina na porta do ônibus. Esta é a chamada “zona mista”, que os jogadores percorrem enquanto vão dando entrevistas a pequenos grupos que se formam ao longo do caminho. Na reta final da Era Dunga foi banida, no contexto do pacote de restrições impostas à imprensa.
Nesta segunda-feira, véspera da estreia na Copa, pela primeira vez na África do Sul, ocorreu um encontro de todos os jogadores com os jornalistas numa zona mista. Foi logo depois do treinamento no Ellis Park e durou cerca de 30 minutos.
Josué foi o primeiro a entrar no “corredor polonês”. Nenhum jornalista da imprensa escrita o chamou e ele foi caminhando, abandonado, até ser abordado pelo grupo de radialistas. Primeira pergunta: “Você prefere entrevista coletiva ou zona mista?” Segunda pergunta: “Você prefere falar com a imprensa depois de vitória ou de derrota?”.
O segundo a passar foi Maicon. Não atendeu a ninguém. “Como ontem dei entrevista coletiva, hoje não falo”, explicou. Depois veio Wendell Ramalho, preparador de goleiros, que falou bastante sobre Julio Cesar. Já o goleiro Doni passou quase incólume – deu uma única entrevista e avisou, ao repórter que quis saber como é a vida de um terceiro goleiro: “Tem que estar preparado.”
Jornalistas gostam de zona mista pela oportunidade de surpreenderem os jogadores com perguntas mais diretas e com a espontaneidade que não existe em entrevistas coletivas. Thiago Silva, por exemplo, se enrolou ao responder pela enésima vez se pensa em conseguir um lugar no time titular: “O meu pensamento sobre aquilo que penso: Lúcio e Juan formam a melhor dupla de defesa do mundo”.
Gentil, o médico José Luís Runco passa pela zona mista para falar sobre a situação de Kaká e, especialmente, Julio Cesar. Empolgado, um repórter pergunta: "Chega a ser uma vitória ter o time completo na estreia da Copa do Mundo?" Vitória? Constrangido, Runco diz: "É motivo de satisfação".
Robinho entrou na zona mista com fones de ouvido, demonstrando pouco interesse em parar para falar com os jornalistas. Deu rápidas entrevistas e foi embora. Kaká também passou apressado, mas falou com vários grupos, até com a televisão italiana. Já Julio Cesar, mais tranquilo, conversou quase dez minutos apenas em italiano.
Elano, Grafite e Daniel Alves foram os mais atenciosos, ainda que não tivessem muita novidade para contar. Lúcio também conversou, mas Juan passou direto. Comparada à zona mista com a seleção da Argentina, há dois dias, foi até mais calma. Apesar do empurra-empurra para conseguir ouvir Kaká, Robinho e companhia, os repórteres brasileiros não derrubaram a divisória, como fizeram os argentinos no esforço de ouvir Messi.
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