AP Photo/Canal 13

Diego Maradona recebeu Pelé em seu programa "La Noche del Diez", em 2005

11/06/2010 - 19h00

Brasil e Argentina 'abrem a boca' e esquentam rivalidade de possíveis finais

Alexandre Sinato
Em Johanesburgo (África do Sul)

MAIS SOBRE A SELEÇÃO NA ÁFRICA DO SUL

  • AFP

    CONFLITO ENTRE GRANDES Luis Fabiano retrucou as declarações de Verón ao falar que "alguns são amargurados na vida", esquentando clima entre Brasil e a arquirrival Argentina

  • Richard Heathcote/Getty Images

    SEM TEMORES Zagueiro Juan eliminou a teoria da conspiração contra o time de Dunga ao falar que o Brasil não é uma seleção pequena que pode ser roubado escandalosamente sem ninguém comentar

  • Eduardo Knapp/Folhapress

    CLIMA QUENTE Júlio Bapista e Daniel Alves tiveram um arranca-rabo no treino da tarde desta sexta. O atrito aconteceu quando o meia perdeu a bola após um desarme do lateral do Barcelona

Uma das maiores rivalidades do mundo está cada dia mais quente. A cada declaração, uma reação. A cada reação, mais ingredientes para uma polêmica que pode se materializar nas fases finais da Copa do Mundo. Separados por cerca de 60 km na África do Sul, Brasil e Argentina já trocam farpas antes mesmo de entrarem em campo para valer. Sobrou até para Pelé.

Os rivais estão concentrados em regiões próximas. O Brasil se prepara em Randburg, região de Johanesburgo. A Argentina está em Pretória, cidade vizinha situada a cerca de 60 km. Em campo, as seleções de Dunga e Maradona só poderão se encontrar a partir da semifinal.

Os integrantes do grupo B (caso da Argentina) e do grupo G (caso do Brasil) podem se enfrentar em apenas duas situações: semifinal ou final, dependendo das colocações dentro de cada chave na primeira fase. Até lá, se ambos “sobreviverem”, muita provocação deve acontecer. As cornetadas estão mais frequentes e agudas.

Desde que chegaram ao país-sede do Mundial, as duas equipes elevaram aos poucos a temperatura durante suas preparações. Felipe Melo foi o primeiro a falar sobre o rival na África (Nilmar havia dito em Curitiba que a Argentina deveria se preocupar com os brasileiros). O volante pegou leve: afirmou que os hermanos ficariam atrás do Brasil na Copa.

Maradona respondeu pouco depois, também de forma amena. “Não penso no Felipe Melo, não estou pensando em coisas pequenas. Não me provoca nada.”

Mas na última quinta-feira uma série de opiniões mais contundentes resgatou publicamente a intensa relação entre os países. Daniel Alves acendeu o pavio ao dizer que o companheiro Messi joga melhor no Barcelona do que na Argentina porque o time espanhol é superior.

No mesmo dia, o meio-campista Verón colocou mais lenha na fogueira em declarações publicadas pelo diário Olé. “Se fosse pelo samba, os de amarelo seriam sempre campeões. Se fosse só por sorrisos e amizade, o Brasil seria campeão todos os anos”, disparou.

ESCALE A SELEÇÃO DO BRASIL

  • Arte UOL

Luís Fabiano foi questionado sobre tal comentário. “O Brasil é o país da alegria, de festa, de carnaval. Em todo lugar que a gente vai leva essa alegria. Mas tem uns outros que são amargurados da vida”, retrucou o atacante.

Mas a última palavra até o momento foi de Maradona. E o polêmico treinador tocou numa rivalidade tão grande quanto a dos países: cutucou Pelé e sua declaração pessimista quanto à realização da Copa na África do Sul. “Alguém disse por aí que um senhor 'morocho' [expressão em espanhol que significa ‘moreno’] disse que a África não poderia receber a Copa. Cheguei aqui dois dias depois, falei com o Danny Jordaan [chefe do comitê organizador] e disse para ele ficar tranquilo, que tudo daria certo.”
 

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