10/06/2010 - 09h02

Elano assume o papel de operário padrão: "sempre fui assim, coadjuvante"

Alexandre Sinato
Em Johanesburgo (África do Sul)
  • <strong>DISCURSO DUNGA</strong> Questionado sobre o treino fechado da seleção nesta quinta-feira, Elano voltou a mostrar seu lado funcionário modelo: É uma opção que eu não vou comentar. Aqui, sou empregado. Estou fazendo meu trabalho. Como jogador, acordo, tomo café da manhã e entro no ônibus para o treino. O resto não é comigo.

    DISCURSO DUNGA Questionado sobre o treino fechado da seleção nesta quinta-feira, Elano voltou a mostrar seu lado funcionário modelo: "É uma opção que eu não vou comentar. Aqui, sou empregado. Estou fazendo meu trabalho. Como jogador, acordo, tomo café da manhã e entro no ônibus para o treino. O resto não é comigo".

Elano é um dos jogadores com mais partidas pela seleção desde que Dunga assumiu o cargo de treinador. Tem 42 jogos no currículo, atrás apenas dos líderes Robinho e Gilberto Silva (49) e de Maicon (46). E, mesmo assim, muitas vezes passa despercebido. É o modelo do operário padrão, que entra, faz seu trabalho e sai geralmente de forma discreta.

O maior exemplo desse comportamento veio nesta quinta-feira. Tradicionalmente, a entrevista diária da seleção tem um titular e um reserva. Quem começa jogando, fala sempre em segundo lugar. Mas não desta vez. Com Elano e Daniel Alves na bancada, foi o titular quem falou em primeiro lugar. Uma vez coadjuvante, sempre coadjuvante.

“Esse é o papel que eu sempre tentei desempenhar, por todos os clubes que passei. Nunca tentei ser estrela, brilhar mais do que outros. Sempre me considerei um coadjuvante e fico muito feliz por me sentir assim. Venci na carreira dessa maneira. Quero ser uma peça importante de um grupo vencedor”, afirmou o meio-campista.

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O comportamento se encaixa perfeitamente à trajetória de Elano no futebol. Seu primeiro papel de destaque no futebol nacional foi no Santos de Robinho e Diego. Na Europa, ele foi bem no Manchester City, novamente à sombra de Robinho. Na seleção, até mesmo o posto de titular corre risco. Na Copa das Confederações, no ano passado, por exemplo, ele perdeu o lugar para Ramires.

Agora, além de Ramires, Daniel Alves também ameaça a função de Elano, o terceiro homem de meio-campo e companheiro de Kaká na armação.

“À noite, fico pensando que fui escolhido para estar entre os 23 e tento me concentrar como se estivesse disputando o meu primeiro Campeonato Brasileiro pelo Santos. Tenho que fazer o melhor para o Brasil e para mim. Não adianta colocar pressão. Era muito pior quando eu estava jogando bola no meio da cana do que na Copa. Claro que há nervosismo e preocupação, mas procuro me concentrar”, completou o jogador.

Minutos depois, foi a vez de Daniel Alves dar a sua versão dos fatos. E, se para Elano o mundo é dos operários padrão, para o lateral do Barcelona a realidade é um pouco diferente. Nada mais normal para um atleta que é considerado um dos melhores do mundo em sua posição.

“Falam muito que a seleção não tem estrelas, mas não penso assim. Por mais que falem, tem muito mais estrela aqui do que as pessoas pensam. Aqui há jogadores de nível mundial muito importante. De repente não estão algumas estrelas que as pessoas gostariam, mas temos que contar com os que estão aqui”, afirmou Daniel.

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