10/06/2010 - 12h35

"Copa do Mundo é guerra", diz Parreira sobre estreia da África do Sul

Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)
  • Carlos Alberto Parreira comandou treino da África<br> do Sul nesta quinta-feira no estádio Soccer City

    Carlos Alberto Parreira comandou treino da África
    do Sul nesta quinta-feira no estádio Soccer City

A África do Sul entra em campo às 11h (de Brasília) desta sexta-feira, contra o México, no Soccer City, em Johanesburgo, na abertura da Copa do Mundo, preparada para aquela que é, possivelmente, a partida mais importante da sua história. "Copa do Mundo é guerra. Amanhã é guerra", disse o técnico Carlos Alberto Parreira. "O México é o país que joga o futebol mais ousado entre os 32 nesta Copa".

"É uma equipe que joga com três atacantes de verdade, velozes e que não têm obrigação de marcar, e tem dois alas que saem muito bem para o jogo", analisou o técnico. A favor dos Bafana Bafana, Parreira conta com o entusiasmo do time e, especialmente, da torcida no estádio. "Vamos transformar este estádio num inferno para eles", disse.

Pressionado pelo fato de representar o país-sede, Parreira reconhece que tem a obrigação de passar para as oitavas de final. Mas prepara o terreno para os imprevistos que podem acontecer. "Não tem nenhum Iraque ou El Salvador no nosso grupo", disse. "Nosso grupo é muito difícil (fazem parte também França e Uruguai). Podemos ganhar três partidas, empatar três partidas ou perder três partidas".

Parreira reagiu mal a uma pergunta sobre a sua responsabilidade em caso de sucesso ou fracasso da África do Sul na Copa. “Não vou ser responsável nem por uma coisa nem por outra. É todo um processo. É o time todo que tem esta responsabilidade”.

O técnico está impressionado com a comoção na África do Sul em torno da Copa. “Acordamos a paixão pelo futebol que estava adormecida. Já é o esporte mais popular do país”. Ao mesmo tempo, preocupa-se com a pressão que a euforia nacional pode exercer sobre a equipe. “Estamos confiantes e queremos deixar o país orgulhoso. Mas falei para os jogadores: divirtam-se. Eles não podem pensar nesta expectativa nacional”.

Com um ótimo retrospecto recente (quatro vitórias e um empate em cinco jogos), a África do Sul chega à estreia sob o apoio entusiasmado do público e a consciência que a vitória é fundamental. “Uma vitória vai nos dar muita confiança. Eu digo: se vencermos, vamos embora”, prometeu Parreira. “Mas se não acontecer a vitória, não podemos desanimar”.

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O time que enfrenta o México é o mesmo que venceu a Dinamarca por 1 a 0 no último amistoso antes da Copa. “Não posso colocar mais pressão em cima dos jogadores. A única coisa que posso dizer para eles é: divirtam-se no jogo”.

Questionado se está tentando fazer a África do Sul jogar como uma equipe brasileira, Parreira observou: “Não vamos jogar como os brasileiros. Queremos aplicar os princípios do futebol brasileiro: posse de bola, criatividade e liberdade para criar, além de disciplina defensiva”. A sua contribuição ao futebol sul-africano? “O que eu fiz foi dar identidade ao Bafana Bafana”.

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