10/06/2010 - 06h19

Às portas da Copa, Fifa reafirma posição contra uso de tecnologia no futebol

Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)*
  • Blatter discursa contra a tecnologia em congresso

    Blatter discursa contra a tecnologia em congresso

Em seu discurso na abertura do 60º congresso da Fifa, realizado nesta quinta-feira na cidade de Johanesburgo, o presidente da Fifa Joseph Blatter defendeu a antiga posição da entidade contra a introdução de recursos tecnológicos no futebol.

Às vésperas de mais uma Copa do Mundo, em que as cifras de organização novamente atingem a casa dos bilhões, o dirigente suíço disse que prefere se arriscar a favor da sensibilidade humana em detrimento de novidades de tecnologia para o melhoramento do jogo.

"Por que não queremos a tecnologia no futebol? Porque queremos ainda a espontaneidade das pessoas. Desejamos ainda um jogo controlado essencialmente por seres humanos. A perfeição não existe na vida, não queremos atingir a perfeição", declarou Blatter diante de delegados de todos os países membros da Fifa.

A análise a respeito de adoção de recursos de tecnologia no futebol não está em pauta no 60º congresso da Fifa, mas temas do gênero já foram analisados pela entidade em outras oportunidades.

Em 2005, a bola com chip que indica sua posição exata ao trio de arbitragem foi testada no Mundial Sub-17 do Peru. Posteriormente, teve uso rejeitado pela International Board, órgão ligado à Fifa que regulamenta as normas do futebol.

Recentemente, a Fifa também enfrentou pressões para analisar a adoção do replay em vídeo de jogadas para ajudar a arbitragem em decisões mais complicadas. O assunto veio à tona com o lance ilegal de Thierry Henry, que usou a mão para dar assistência no jogo das eliminatórias europeias que classificou a França para a Copa.

No discurso desta sexta-feira na África do Sul, Blatter ainda reafirmou o papel da Fifa na luta contra o racismo, uma bandeira recente da entidade, e também elogiou a capacidade da instituição que preside de ter passado por instabilidades econômicas mundiais sem prejuízos mais sensíveis.

O dirigente também comemorou o balanço financeiro positivo de 2009 e anunciou o rateio de US$ 52 milhões entre as associações nacionais e as seis confederações continentais. "Não é algo para aplaudir", clamou Blatter ao fim do discurso.

*atualizada às 7h39

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