09/06/2010 - 12h30

Fenômeno 'Allejo' prova que caráter oficial não garante sucesso de games

Gustavo Franceschini e Jorge Corrêa
Em São Paulo

No dia da convocação da seleção brasileira, o Twitter lotou com comentários sobre Neymar, Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso e Allejo. Desconhecido nos campos reais, Allejo é um personagem virtual criado para jogos de futebol no videogame na década de 1990, e que até hoje é cultuado pelos aficionados, comprovando que o caráter oficial não é o fator decisivo para o sucesso de um jogo.

A história começou em 1994, quando foi criada a série International Superstar Soccer, da produtora Konami. O game não tinha a licença da Fifa, que pertence até hoje à EA Sports, e não podia usar os nomes dos jogadores originais das seleções. Mesmo assim, a série conquistou uma geração, que ainda lembra de “parceiros” de Allejo como Beranco e Cícero.

No Orkut, por exemplo, existem diversas comunidades com referências ao time brasileiro do game antigo. Em uma das maiores delas, mais de 15 mil usuários afirmam que “Allejo joga mais que o Pelé”. A fixação com o atacante imaginário é a explicação para o nome "Allejo" ter sido um dos "trending topics", ferramenta que identifica os termos mais citados, do Twitter após a divulgação da lista de Dunga.

O próprio Allejo, aliás, é tema de um perfil fictício na ferramenta de microblog. "Deus viveu em campo disfarçado de Allejo" é a frase atribuída a Pelé, no perfil "Allejo7", que costuma vangloriar-se de seu talento em comentários ocasionais.

"Ele é muito conhecido do pessoal mais antigo, que jogou Mega Drive e Super Nintendo. Naquela época, ele era o atacante que marcava gols no Brasil, que era, por sua vez, o melhor time do jogo", disse Claudio Prandoni, repórter do UOL Jogos.

O BRASIL DO VIDEOGAME

Allejo era a principal estrela, mas não a única. Relembre os outros astros do time canarinho virtual:

Da Silva

Cícero, Paco, Vicento e Ferreira

Roca, Beranco, Santos e Pardilla

Gomez e Allejo

Hoje, a franquia PES (herdeira de Allejo e companhia) já está liberada para usar os nomes originais dos atletas, e até tem contratos próprios, como o atual com a Liga dos Campeões. A rival EA Sports (do game rival Fifa), que ainda tem os direitos da entidade homônima, só agora equilibra a balança no mercado.

“[O Fifa] é líder no mundo inteiro. No Brasil, a qualidade tem impacto. Aqui, nós fomos evoluindo e o que deu mais resultado foi o crescimento de qualidade que tivemos”, disse Jonathan Harris, diretor de marketing da EA Arts, dona da EA Sports, no Brasil.

“No Brasil, o game mais vendido e mais popular é o PES, às vezes também lembrado como Winning Eleven [nome antigo da franquia]. Acreditamos que isto se deva a uma série de fatores: exclusividade do PES com a Licença UEFA Champions League; o acerto na escolha do garoto propaganda e atualizações de times e jogadores via internet", disse Luciana Araujo, gerente de produtos da NC Games, representante da Konami no Brasil.

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