27/05/2010 - 17h33

Cúpula da seleção assume espírito de 94 como inspiração na Copa

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

Dunga e Jorginho já estavam no comando da seleção desde o segundo semestre de 2006. Há poucas semanas, Taffarel também se juntou ao time para atuar como observador dos adversários na Copa. Por fim, finalmente na África do Sul, a cúpula da comissão técnica assume de vez os padrões de 1994 como inspiração para o Mundial que começa em duas semanas.

No primeiro dia no país da Copa, após o desembarque nesta quinta-feira, Dunga e seu auxiliar reafirmaram as convicções que norteiam o trabalho da atual comissão técnica da seleção, com noções como determinação e foco, constantemente detectadas pelos dois profissionais como pontos onde o Brasil pecou no Mundial anterior.

“Não é só porque nos participamos e ganhamos, acho difícil, não digo só em termos de seleção, o ambiente daquela seleção nunca mais vamos encontrar, vai ser muito difícil, a desconfiança, por parte de todos, a crítica era quase desumana. Quanto ao espírito, vontade e alegria, sem dúvida nenhuma esse grupo se assimila muito ao de 94”, afirma Dunga, seguido de seu braço direito.

“O que vejo nos olhos dos jogadores a cada exercício, a cada trabalho passado é um compromisso muito grande de todos os atletas. Vemos os desejos que haviam em 94. Aquilo que vivemos, o Dunga e o Taffarel. Havia desejo profundo de vencer e vemos isso hoje também”, endossa o auxiliar Jorginho.

Escolhidos para comandar a seleção em aposta arriscada da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) exclusivamente no passado como jogador, Dunga e Jorginho aos poucos conseguiram firmar suas convicções táticas, mesmo que elas possam contrariar o senso comum em algumas ocasiões.

Foi o mesmo que aconteceu com Carlos Alberto Parreira, que se apegou a um time de meio-campo marcador, que tentava minimizar ao máximo os riscos defensivos e que depositava esperança no poder de decisão de sua dupla de ataque.

Ainda sob o aspecto tático, as semelhanças da seleção atual com o time do tetra aparecem, além da prioridade pela solidez defensiva como base da equipe, também poder do contra-ataque. Isso, pelo menos a julgar pela fase final da seleção das últimas eliminatórias sul-americanas e na campanha vitoriosa na Copa das Confederações de 2009.

No meio-campo, especificamente, o time de 2010 poderá lembrar o de Parreira se adotar formação sem repetição de jogadores natos de criação. Em 1994, o Brasil começou a Copa com Raí, mas fechou a competição com o setor formado por Dunga, Mauro Silva, Mazinho e Zinho. Neste ano, a tendência é que Kaká seja a peça criativa do meio, pelos menos em origem.
 

Compartilhe:

    Siga UOL Copa do Mundo

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host