25/05/2010 - 07h01

Quadrado defensivo do Brasil assume protagonismo e joga pressão para o ataque

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Curitiba

O QUADRADO DEFENSIVO DA ERA DUNGA

JÚLIO CÉSAR

Jogos: 36
Minutos: 3.195
Gols sofridos: 21
MAICON

Jogos: 44
Minutos: 3.245
Gols: 4
LÚCIO

Jogos: 34
Minutos: 2.958
Gols: 2
JUAN

Jogos: 30
Minutos: 2.431
Gols: 4

Quatro anos depois de o quadrado mágico ofuscar o restante do time antes da Copa do Mundo na Alemanha, chegou a vez de a zaga dar as cartas na seleção brasileira: é a hora do quadrado defensivo. A manutenção da eficiente dupla Juan e Lúcio no miolo de zaga e a boa fase do trio que abocanhou três títulos pela Inter de Milão contrastam com a desconfiança sobre o poder ofensivo do Brasil e suas variações.

Júlio César, Maicon, Lúcio (vencedores da tríplice coroa na Itália nesta temporada) e Juan formam a espinha dorsal do setor de maior credibilidade no time de Dunga. Segurança é uma das principais virtudes da seleção. Nos três anos e meio com o atual treinador, a única vaga que permaneceu aberta foi na lateral esquerda. O restante logo se ajeitou e conquistou prestígio. Algo que há quatro anos não acontecia.

Na fase de preparação para a Copa de 2006, a defesa se tornou alvo de grande desconfiança. A dupla formada por Juan e Lúcio não desfrutava do prestígio atual com a camisa verde e amarela, mesmo com Lúcio vindo de campanha vitoriosa no Mundial disputado no Japão e na Coreia do Sul. Todos só falavam e apostavam no quadrado mágico do ataque. Os holofotes estavam em Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano (Robinho era reserva).

“Não é que a defesa seja o ponto fraco do Brasil, mas, como temos grandes jogadores do meio para frente, muitos colocam a defesa como o ponto vulnerável da seleção", disse Juan há quatro anos, tentando explicar a pressão criada principalmente sobre a dupla de zaga.

O desfecho da última Copa é conhecido por todos. O quadrado mágico naufragou e poucos jogadores se destacaram, entre eles Juan e Lúcio. Mantidos para 2010, ambos chegarão à África do Sul respaldados por números expressivos na seleção. Com eles em campo, por exemplo, a equipe de Dunga sofreu 15 gols em 21 jogos, média de 0,7 por partida.

QUEM MANDA NA SELEÇÃO? LÚCIO. E ELE SABE DISSO


Não tem como não admitir. Pelo que vem acontecendo atualmente, posso dizer que eu sou um dos jogadores mais importantes da seleção

Em contrapartida, o setor ofensivo que em 2006 criou grande expectativa pré-Copa hoje gera certa preocupação. Kaká, Luís Fabiano e Robinho são os titulares que atuam mais avançados. Os dois primeiros foram bem na era Dunga, mas estão se recuperando de problemas físicos.

Além disso, Kaká não tem um substituto com as mesmas características. E Grafite, o escolhido para exercer a função de Luís Fabiano, atuou apenas 27 minutos com o atual grupo. Foi a principal surpresa entre os 23 convocados.

Juan, hoje no papel que há quatro anos era dos atacantes, prefere destacar o espírito coletivo pregado por Dunga. “Nossa equipe também fez muitos gols nos campeonatos que disputou. O Brasil mais do que nunca é uma equipe bem equilibrada. Há jogos nos quais uma vitória por 1 a 0 está de bom tamanho”, argumentou.

Os números defensivos da seleção na era Dunga são positivos. Foram 36 gols sofridos em 53 partidas, média de 0,67 por jogo. Lúcio foi o zagueiro que mais atuou: 34 partidas (2.958 minutos), seguido por Juan (30 jogos ou 2.431 minutos) e Luisão, reserva imediato de ambos que participou de 22 confrontos, totalizando 1.668 minutos.

Para Juan, o entrosamento antigo entre os integrantes do sistema defensivo é fundamental para o bom desempenho. “Eu e o Lúcio já jogamos junto em clube [Bayer Leverkusen-ALE], o Maicon e o Luisão também [Cruzeiro], eu e o Júlio também [Flamengo]. E ainda tem os três da Inter [de Milão]. Por isso, quem entrar jogando junto, tem a adaptação mais fácil.”

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