24/05/2010 - 13h53

Defesa da seleção celebra fase histórica, mas refuta roubar espaço de atacantes

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Curitiba
  • Reserva, Thiago Silva elogia desempenho de Juan e Lúcio na zaga da seleção comandada por Dunga

    Reserva, Thiago Silva elogia desempenho de Juan e Lúcio na zaga da seleção comandada por Dunga

Se há um setor da seleção brasileira que vai à Copa do Mundo sem contestação é a defesa. Entrosada, experiente e com retrospecto a favor nos três anos e meio na gestão de Dunga, a linha defensiva celebra a aprovação histórica junto à crítica nacional, mas, ao mesmo tempo, diz esperar não dividir o protagonismo com as estrelas de frente do time na África do Sul.

A história do futebol brasileiro conta episódios de seleções marcadas pelo descrédito em sua linha de trás, que em raros momentos teve equilíbrio tão ou mais vistoso que o do ataque. O time campeão de 1970, por exemplo, contava com uma linha de frente brilhante, mas uma defesa bastante contestada. Antes da última Copa, os zagueiros lidavam com questionamentos, enquanto que a badalação sobrava para o quarteto ofensivo de Parreira.

Neste ano, a equipe de Dunga deve começar o Mundial com a defesa formada pelos zagueiros Juan e Lúcio, além do volante de marcação Gilberto Silva, todos remanescentes do time titular da Alemanha há quatro anos.

Júlio César desfruta de condição de intocável no gol, assim como Maicon na lateral direita, apesar da sombra respeitável de Daniel Alves. A única pendência é a definição entre Michel Bastos e Gilberto na esquerda.

“A gente sabe que é uma novidade para o povo brasileiro, esse dado de a defesa ser teoricamente estável, não tomar tanto gols”, comentou Juan em entrevista coletiva nesta segunda-feira, em Curitiba, onde a seleção se prepara para o Mundial.

“Temos a confiança do trabalho que a gente fez nos últimos três anos e meio, a importância do sistema defensivo acontece pela sequência de jogos com os mesmo jogadores, com o Julio, Maicon, Lúcio e eu. Só a lateral esquerda mudou um pouco neste tempo. Mas quem entra ali encontra o setor já formado. Junto com o Gilberto Silva, que estava no último Mundial, as coisas têm funcionado muito bem”, emenda o zagueiro da Roma.

Do lado de fora, os suplentes falam com menos moderação sobre a fase da defesa brasileira, com admiração. “É melhor dupla do mundo, sou muito fã do Juan”, diz Thiago Silva sobre a parceria de Juan com Lúcio no centro da zaga.

Mesmo com o momento favorável e confiança em alta, os zagueiros brasileiros dizem não esperar estar na disputa pelos prêmios individuais de melhores da Copa, que, apesar do êxito de defensores italianos em 2006, têm tradicionalmente os atacantes como favoritos.

“Eu acho que mais do que justo os melhores da Copa sejam os atacantes, o pessoal que faz gol. São eles que fazem o espetáculo mais bonito. Todos são acima da média aqui na seleção, mas a gente quer apenas dar o suporte para o pessoal da frente brilhar”, afirma Juan.

Um dos trunfos no entrosamento do setor é o conhecimento entre os jogadores em experiência em clubes. A maioria deles já atuou juntos em algum momento de suas carreiras. Hoje, Júlio César, Maicon e Lúcio defendem a Inter de Milão. Em outros momentos, Juan teve oportunidade de desenvolver o senso coletivo com os colegas de seleção.

“Eu e o Lúcio já jogamos junto em clube (Bayer Leverkusen-ALE), o Maicon e o Luisão também (Cruzeiro), eu e o Julio também (Flamengo). E ainda tem os três da Inter. Por isso, quem entrar jogando junto, tem a adaptação mais fácil”, diz Juan.

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