20/05/2010 - 13h17

Sem viabilidade financeira, Curitiba admite não sediar a Copa de 2014

Gustavo Franceschini*
Em São Paulo

A cidade de Curitiba admite que pode não sediar a Copa de 2014. Um impasse na viabilidade financeira da Arena da Baixada colocou em xeque o projeto paranaense, que precisa angariar R$ 60 milhões com a iniciativa privada para salvar-se.

“O Atlético-PR [dono do estádio] não admite financiar toda a obra. O governo estadual e a cidade também não podem doar, legalmente. É um impasse. Há o risco de o Paraná deixar o projeto”, disse Alcidino Bittencourt, secretário estadual especial para a região metropolitana de Curitiba, em entrevista exclusiva para o UOL Esporte.

O clube admite gastar R$ 30 milhões com a reforma da Arena, que custará R$ 90 milhões ao todo. O Atlético-PR rejeitou, inclusive, uma oferta de empréstimo do BNDES, com juros de apenas 5%. Os cartolas entendem que um investimento maior comprometeria as finanças.

Alcidino Bittencourt esteve, nesta quinta-feira, na audiência pública organizada pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, em Brasília, convocada pelo deputado Silvio Torres (PSDB-SP. No evento, o secretário admitiu publicamente as dificuldades do Paraná.

“Nós estamos ajudando o Atlético a achar uma parceria privada. É somente essa a possibilidade, porque não podemos colocar dinheiro nosso, apesar de todo o nosso interesse”, disse Alcidino.

Segundo Ricardo Texeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador, as cidades-sede têm de apresentar as comprovações de viabilidade financeira até junho, caso contrário serão excluídas do projeto. Na semana passada, os responsáveis pela Copa de 2014 aprovaram, oficialmente, os projetos de sete estádios do Mundial, inclusive Curitiba.

"O Atlético não irá se manifestar sobre as declarações, mas mantém a posição já divulgada anteriormente. O clube se compromete a investir apenas 30% do valor necessário para terminar a obra e espera por um investidor que banque o restante. Neste caso, assume o compromisso de respeitar os prazos estabelecidos pela Fifa para o início e conclusão da obra. Em caso contrário, investirá apenas o necessário para terminar o estádio de acordo com necessidades e prazos próprios", disse o Atlético-PR, por meio de sua assessoria de imprensa.

*Colaborou João Carlos de Santa

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