11/05/2010 - 16h06

Vetados, "Pânico" e "CQC" fazem piada na porta; e jornalistas trocam figurinhas

Mauricio Stycer
No Rio de Janeiro

“Dunga vai pagar o pato ou afogar o ganso?”, pergunta Sabrina Sato, apresentadora do “Pânico”, para Fátima Bernardes, apresentadora do “Jornal Nacional”. O diálogo ocorre à entrada do salão onde, poucos minutos depois, seria apresentada a lista da seleção brasileira para a Copa de 2010. Fátima entrou para assistir ao evento; Sabrina ficou de fora, barrada, assim como Rafael Cortez, do “CQC”.

IMPRENSA SE REÚNE EM PESO NO RIO

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Sabrina Sato entrevista o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, antes da convocação no Rio

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Sala de imprensa lotada para o anúncio da convocação da seleção brasileira no Rio de Janeiro

Sem a presença dos humoristas, vetada a pedido de Dunga, diminuíram muito as opções de diversão das mais de três centenas de jornalistas presentes ao salão onde Dunga defendeu as suas escolhas. Durante a Copa, haverá restrições semelhantes – os humoristas não serão autorizados a questionar os jogadores.

Sobrou para os jornalistas presentes a opção de entrevistar os colegas estrangeiros, como o alemão Carsten Bruder, da rede ARD, que deu uma dezena de entrevistas para explicar que em seu país a convocação da seleção ocorre de forma protocolar. “É muito diferente”.

Outra opção foi visitar o ônibus da seleção, estacionado em frente ao hotel – programa de turistas, de atores da Globo hospedados no local e dos colegas da imprensa. “Faço isso sem medo de ser cafona”, dizia a atriz Tuna Dwek, do elenco de “Tempos Modernos”, enquanto fotografava o veículo. “Saí da escola, não tinha nada pra fazer, entrei no ônibus, para conhecer”, explicou Douglas Wellington da Silva, de 13 anos. “Na rua a gente não vê ônibus igual a esse”, observou.

Na falta do que fazer, enquanto aguardava a lista, um colega percorria o salão atrás de companheiros para trocar figurinhas do álbum da Copa. E um radialista abria os seus pacotinhos enquanto fazia um lanche.

Desde às 9h da manhã, cinegrafistas se posicionavam para colher as imagens da convocação. No fundo do salão, num pequeno palco, 26 câmeras estavam instaladas desde cedo. Outra dezena se espalhava pelas laterais do ambiente. A CBF informou ter credenciado cerca de 450 jornalistas para o evento. “Até a Al Jazira está aqui”, comentava, espantado, um colega da Globo, entrevistado pela TV PUC.

Empolgado, um radialista anunciava: “Os maiores jornalistas do Brasil estão aqui”. Enquanto isso, Sabrina Sato dançava de forma insinuante na frente dos seguranças, no esforço, mal-sucedido, de entrar. Já Rafael Cortez, mais desanimado, dizia: “Se isso (a proibição de entrar) faz bem para o capitão Dunga, tudo bem. Estou aqui para colaborar”.

No ritmo da era Dunga, Rodrigo Paiva, o assessor da CBF, disse que iria dar preferência, na hora da entrevista coletiva, aos jornalistas que acompanham a seleção brasileira há mais tempo – critério semelhante ao usado pelo técnico em sua convocação.

À medida que os nomes dos convocados apareciam no telão, os radialistas os repetiam em voz alta, num coro que arrancou riso dos presentes. Alguém disse “vergonha” depois do anúncio do nome de Josué. E houve aplausos para a convocação de Kleberson. Quando o nome de Grafite foi exibido, vários colegas cariocas falaram palavrões. “Seja o que Deus quiser”, disse um colega, conformado.

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