Mais jovem do Brasil em Copas, Edu defende convocações de Neymar e Ganso

Por mais que muitos brasileiros já tenham (quase) desistido de acreditar na presença de alguns nomes para a lista dos 23 jogadores do técnico Dunga, a ser divulgada no dia 11 de maio, a grande maioria ainda vê alguma ponta de esperança na convocação de craques como Ronaldinho Gaúcho, Neymar e Paulo Henrique Ganso. Enquanto o primeiro segue tentando recuperar o prestígio após atuações discretas com a camisa amarela sob o comando do próprio treinador, os dois últimos vivem a expectativa de serem mais um jovem talento chamado para a Copa do Mundo, nem que apenas para ganhar experiência.

Exemplo disto aconteceu com Jonas Eduardo Américo, o Edu, ex-ponta esquerda do Santos e da seleção brasileira. Em 1966, com apenas 16 anos de idade, foi convocado pelo então técnico Feola para disputar a Copa do Mundo da Inglaterra, tornando-se o mais jovem jogador a ser inscrito para um Mundial. Desde então, sua marca permanece intacta. Três anos depois, Edu brilhou nas eliminatórias de 1969 com João Saldanha no comando e em seguida foi convocado novamente para a Copa do Mundo de 1970, por Zagallo.

O ponta esquerda destaca sua ida em 1966 como primordial para que tenha alcançado tanto sucesso nas eliminatórias seguintes. “Minha ida ao Mundial de 66 ajudou muito para que eu tivesse mais confiança para fazer as jogadas, sem medo de errar, e assim fui o destaque da seleção nas eliminatórias em 69”, afirmou. Tomando como exemplo sua própria experiência, somada à admiração pelo talento de Neymar e Ganso, Edu é um dos que defendem a ida das joias santistas à Copa de 2010.

“Eles [Neymar e Ganso] estão jogando bem e para o talento não tem idade. Acho super importante pegar experiência e estar com tudo na próxima Copa. Aconteceu com Edu, Ronaldo e Kaká. Já o Pelé jogou na primeira [Copa] por ser fora do comum”, ressaltou Jonas, lembrando que tanto ele como Ronaldo e Kaká não chegaram a entrar em campo em seus primeiros Mundiais (Ronaldo, em 94, e Kaká, em 2002). Apesar de defender a convocação de Neymar e Ganso, Edu não deixou de elogiar o trabalho do técnico Dunga.

“Sou amigo do Dunga e torço para que tudo dê certo, pois ele está fazendo um ótimo trabalho e suas convocações têm sido bem claras. Se esta jogando bem, é convocado”, analisou. Mesmo considerando que o grupo dos 23 jogadores já esteja praticamente definido por Dunga, Edu não descarta uma surpresa na lista. “Eu creio que o Dunga já tenha seu grupo. Mas podem ainda haver surpresas e aparecer novos nomes em sua lista. Acho que insubstituíveis eram Pelé e Garrincha”, opinou.

Já em relação a Ronaldinho Gaúcho, jogador do Milan e responsável por mais uma aclamação pública “pré-Copa do Mundo” (seguindo os passos de Romário em 1998 e 2002), Jonas Eduardo Américo acha que o meia ainda não fez por merecer ser lembrado pelo atual treinador da seleção brasileira. “Está fazendo muito pouco para merecer uma convocação. Isto na minha opinião”, disse Edu.

Futebol arte

Grande defensor do futebol arte e conhecido por seus dribles e jogadas de efeito pela ponta esquerda, Edu enxerga uma grande diferença na qualidade do futebol apresentado na sua época e nos dias de hoje. Segundo ele, o futebol bonito seguido de resultados atraía a maioria dos brasileiros para frente da televisão, fato este que não acontece mais.

“Hoje as coisas mudaram e se primam mais pelos resultados, e não pelo espetáculo. Hoje quando a seleção joga, quantas pessoas ficam à frente da TV para assistir ao jogo? Antes, quando se falava em jogo da seleção, o pessoal parava o que estava fazendo para assistir o jogo, isto porque, além das vitórias, viam um show”, relembrou o ex-jogador santista.

Aliás, atualmente, é justamente em seu ex-clube (Santos) que Edu enxerga um pouco de ‘show’ nas apresentações. “Não gosto de fazer comparações, mas este time atual está jogando muito bem, e isso faz com que os torcedores voltem aos estádios e vejam um belo espetáculo”.

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