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"Coreia é uma só!", diz painel do lado norte da fronteira entre as duas Coreias

22/04/2010 - 07h06

Coreanos do norte torceram para vizinhos do Sul em 2002

Rafael Veríssimo
Em São Paulo

Coreia do Norte e Coreia do Sul são, na política, inimigos até a alma – apesar de não mais se lançarem bombas, tampouco um fim oficial da guerra que separou a península foi até hoje oficializado.

Mas aquela velha máxima de que o futebol une pessoas e pode até parar guerras parece se aplicar entre estes povos em rivalidade fratricida há mais de 50 anos e que em 2010 estarão pela primeira vez numa Copa do Mundo juntos.

De forma que durante a Copa de 2002, co-organizada por Japão e Coreia do Sul, a ótima campanha desta última (4º lugar) causou alvoroço até mesmo em seus vizinhos do norte.

“As pessoas em Pyongyang de fato assistiram as partidas em 2002 e, ao contrário do que prega a crença popular, eles torceram de verdade para a Coreia do Sul e ficaram muito orgulhosos de suas conquistas”.

FRONTEIRA MAIS TENSA DO MUNDO

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O relato é de Nick Bonner, produtor associado do documentário “The Game of Their Lives” (“O Jogo de Suas Vidas”), sobre a campanha da Coreia do Norte na Copa de 66.

Baseado em Pequim, onde toca uma agência de turismo que realiza excursões para a Coreia do Norte, Bonner conta também que a capital chinesa é um dos únicos lugares do mundo onde norte e sul-coreanos podem ficar lado a lado sem problemas, apesar de, habitualmente, ambos os povos se evitarem até mesmo em área, em princípio, neutra.

Mas durante o Mundial de 2002, cidadãos de ambos os lados da fronteira se juntaram em frente às TVs de Pequim para assistir a exitosa campanha da Coreia do Sul.

Em 1966, a Coreia do Norte havia vencido por 1 a 0 e eliminado da Copa do Mundo a mesma Itália que enfrentava a Coreia do Sul nas oitavas de final naquele instante.

“O jogo não foi mostrado ao vivo, mas ninguém sabia o resultado. E quando a Coreia do Sul marcou o gol da vitória, houve uma grande erupção de pessoas se abraçando, se cumprimentando, pagando cervejas uns aos outros”, relata Bonner sobre o gol que eliminou a Itália na prorrogação em 2002, fechando a partida em 2 a 1 em favor dos coreanos.

Trinta e seis anos separaram os maiores triunfos dos coreanos em Copas do Mundo.

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