19/04/2010 - 09h37

Capitão da África do Sul se vestiu de menina para escapar de massacre

Do UOL Esporte
Em São Paulo

O zagueiro Aaron Mokoena, de 29 anos, está prestes a disputar o título da Copa da Inglaterra pelo Portsmouth contra o Chelsea, além de ser o capitão da seleção sul-africana que vai disputar a Copa do Mundo em casa. Tudo isso só é possível graças a uma atitude desesperada tomada por sua mãe durante um massacre na sua cidade natal em 1992.

Na época, a cidade de Boipatong vivia sob a custódia dos africâneres, os brancos ativistas do apartheid, regime de segregação racial marcante na história do país. Em junho de 1992, membros do partido extremista Inkatha promoveram um massacre, com o apoio da policia, com o intuito de eliminar a próxima geração de homens da localidade.

Eles atacaram na calada da noite e deixaram mais de 40 vítimas, incluindo crianças e mulheres grávidas. “Eu era jovem, tinha 11 anos de idade, mas lembro que no dia seguinte que eu estava indo par a escola e vi muita gente voltando, chorando. Foi quando ouvimos que tinha acontecido um massacre à noite, quando todos estavam dormindo”, revelou Mokoena ao jornal The Guardian.

“Depois do massacre, houve muitos boatos de que aquelas pessoas estavam querendo matar os meninos. Então a minha mãe tentou me proteger de qualquer maneira e decidiu me vestir como uma garota. Ela também me levou para o centro comunitário, onde havia mais proteção para os moradores”, explicou.

“Em outras cidades também aconteciam coisas muito, muito ruins. A história que eu conto é sobre o que eu passei na pequena cidade onde eu nasci, mas não foi algo isolado”, esclareceu Mokoena.

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