16/04/2010 - 13h40

Meia sul-africano conta histórico com violência em entrevista a jornal

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Uma das grandes estrelas do futebol sul-africano, Steven Pienaar foi vítima da insegurança que cerca Johannesburgo, principal cidade dos anfitriões da Copa do Mundo. Hoje jogador do Everton, da Inglaterra, o jogador contou, em entrevista ao Daily Mail, sua relação com a violência local.

“O que eu posso dizer de Westbury? Tem locais muitos difíceis na região de Johannesburgo, mas Westbury é um dos piores. É difícil descrever como era, com a violência das gangues, o tráfico de drogas e os tiros por todo o lugar”, disse Steven Pienaar, referindo-se ao bairro onde cresceu. 

Hoje um dos destaques da seleção comandada por Carlos Alberto Parreira, o jogador viveu na região até os 19 anos, quando transferiu-se para o Ajax, na Holanda. Segundo ele, a convivência com a violência era tão grande que as famílias adotavam procedimentos de precaução.

“Uma das coisas que eu mais me lembro é que eu assistia à televisão no chão. Nós tínhamos um sofá em casa, mas não podíamos sentar nele, porque nunca podíamos saber quando uma bala atravessaria a janela. No chão, estávamos abaixo do nível do vidro”, disse Steven Pienaar.

O caso do volante está longe de ser único entre os atletas sul-africanos. Em março, Lucas Radebe, capitão da África do Sul nas Copas do Mundo de 1998 e 2002, contou ao UOL Esporte que chegou a ser alvejado nos tempos de apartheid por causa de um boato de que ele mudaria de time.

“Eram tempos de violência, e as armas estavam nas mãos erradas. Isso acontecia com frequência, mas era mentira que eu estava saindo dos Chiefs. E ninguém viu nada do que aconteceu. Tiros eram como fogos de artifício para nós”, disse Radebe, que foi atingido na perna esquerda e correu o risco de deixar o futebol, mas superou o problema para fazer sucesso pela sua seleção.
 

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