03/03/2010 - 07h00

Caminhos da seleção passam por Kaká e time encara risco de dependência

Bruno Freitas e Erich Beting
Em Londres (Inglaterra)

Único meia com características puras de armação no grupo que o técnico Dunga possivelmente levará à Copa do Mundo, Kaká é o principal ponto de movimentação da equipe. O time se acostumou a trabalhar em torno do jogador, cujos pés alimentam os principais lances ofensivos, e vivencia o dilema de apresentar mais do que uma única jogada, a arrancada em velocidade do astro do Real Madrid.

Contra a Irlanda na última terça-feira, no amistoso que encerrou a fase de observações antes da divulgação da lista para a Copa, Kaká voltou a ser o jogador mais importante para a seleção, estatisticamente.

O meia do Real Madrid foi o jogador mais acionado da equipe, com 55 bolas recebidas e o que mais deu passes certos, com 48, em números coletados em levantamento do Datafolha.

O melhor do mundo de 2007 participou das jogadas dos dois gols do Brasil na vitória por 2 a 0, puxando a arrancada do primeiro e trocando passes com Grafite e Robinho no segundo.

Esta tem sido uma realidade recorrente para a seleção de Dunga, que na reta final para a Copa manifesta abrir mão definitivamente de Ronaldinho Gaúcho.

KAKÁ - JOGOS COM DUNGA

32 jogos
25 vitórias
6 empates
1 derrota
Aproveitamento de 84,37%

No elenco atual, além de Kaká, o treinador conta com os meias Elano, Júlio Baptista e Ramires, jogadores da posição com características distintas do que se entende por um armador, apesar de apresentarem suas virtudes. Além destes, Carlos Eduardo foi convocado de última hora para observações.

Com Kaká em campo, o técnico Dunga viu a sua seleção ser batida apenas uma vez. Nos três anos e meio à frente da seleção, o treinador coleciona cinco derrotas. Somente em uma delas o meia do Real Madrid estava em campo, no revés diante de Portugal em fevereiro de 2007, em amistoso em Londres.

A seleção consegue escapar do rótulo de time de jogada única, nas arrancadas em velocidade de Kaká, porque desenvolveu invejável excelência nas bolas pelo alto, principalmente em cruzamentos de Elano e Daniel Alves. Os lances aéreos marcaram 2009, no título da Copa das Confederações e na ratificação da vaga no Mundial, através das eliminatórias. Na África, possivelmente precisarão estar presentes para desafogar a demanda sobre Kaká.

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