Cabañas sai da UTI e começa tratamento em clínica de reabilitação neurológica

O atacante Salvador Cabañas, que se recupera depois de ser baleado na cabeça, deu mais uma prova de sua impressionante recuperação. O jogador saiu da Unidade de Terapia Intensiva e foi transferido para uma clínica com enfoque em reabilitação neurológica, que pode levar anos.

“Não podemos dizer que já está bem. Tampouco que a situação é definitiva porque a recuperação neurológica pode demorar um, dois ou três anos”, disse o médico Ernesto Martínez, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

O jogador foi transferido na terça-feira do hospital ao Centro de Neuroreabilitação Ángeles, no norte da capital mexicana, onde passa por tratamento completo, mas com ênfase maior em recuperação psíquica, de acordo com o médico. Os médicos prevêm que ele passe cerca de três meses antes de voltar a sua casa, mas esse período é flexível.

“A alta médica é muito diferente da alta hospitalar. A alta médica é quando o paciente já está bem e não precisa de doutores. Ainda não podemos decidir se ele está bem”, declarou.

Cabañas, que foi operado com urgência em 25 de janeiro depois de levar um tiro em um bar, é capaz de se comunicar em espanhol e guarani, está consciente de quem é e se lembra de aspectos fundamentais de sua vida. Mas ainda tem dificuldades de recordar informações imediatas.

“Ele não se lembra da memória recente. Não se lembra o que comeu no café da manhã, nem o que fez ontem. Em função das lesões cerebrais, ainda não sabemos em que momento ele se conecta com a realidade”, ressaltou Martínez. Por esse motivo, a estrela do América do México não se lembra do episódio da agressão.

Na parte física, os médicos ficaram surpreendidos com as grandes melhoras do paraguaio, mas ainda não é possível determinar quais sequelas ele terá e se poderá voltar a jogar futebol.

O paraguaio que recebeu a visita do presidente de seu país, Fernando Lugo, estará acompanhado de sua esposa e dos pais em seu novo espaço de reabilitação.

Por outro lado, as investigações do crime avançam em um ritmo muito mais lento. Cerca de duas semanas atrás, a procuradoria federal emitiu uma ordem de prisão de um dos suspeitos do crime, sendo que um ainda não havia sido identificado.

 

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